Arquivo de fevereiro, 2011

A Revista Cultura Total começa o mês de fevereiro com uma série de reportagens sobre gastronomia.

A culinária japonesa, apreciada por nossos contemporâneos brasileiros, está cada vez mais criativa, e hoje conta com clientes cada vez mais exigentes. Cresce o número de restaurantes especializados no Estado e com eles, a concorrência…resultado positivo para os que se deliciam com os sushis, sashimis e makimonos. Na grande maioria das vezes, a concorrência faz o preço cair e a qualidade aumentar. Foi exatamente isso que visualizamos nessa expedição gastronômica pela cozinha japonesa.

Visitamos alguns restaurantes durante os dois últimos meses e temos boas notícias aos amantes do gênero. Percebemos uma certa tendência entre os estabelecimentos que pode ser categorizada da seguinte forma: ESPECIALIZADOS, SUSHI BAR e SELF SERVICE.

Hoje vamos falar um pouco sobre os dois restaurates especializados – que atuam única e exclusivamente dedicados à culinária japonesa – que se destacaram: Rede MANEKINEKO e SUNSAKI.

Manekineko é formado por uma rede de restaurantes localizados na zona sul, norte e oeste da cidade do Rio de Janeiro. num total de seis filiais. A variedade no cardápio chama a atenção, assim como os makimonos feitos a base de camarão e os temakkis, leves e bem servidos. Encontramos ainda lâminas de sashimi finas, cortadas na medida certa, o que mantêm a delicadeza do paladar. O atendimento é outro diferencial; com um time extremamente cortês e conhecedor dos itens do cardápio, o cliente de primeira viagem consegue sentir-se seguro e os veteranos indicam e retornam periodicamente. Para os apaixonados, há o Manekineko Clube, onde a cada prato consumido o cliente acumula pontos num esquema cartão fidelidade. 

Laos Rolls - com toque picante; paladar diferenciado. Fonte: Site Manekineko

Para casais e iniciantes, indicamos o Combinado de 23 peças, porém existe a possibilidade de montagem do combinado, pagando o preço individual das peças. Nesse caso, aceite sempre a sugestão dos garçons sobre a quantidade, pois cada peça não consumida é cobrada parte.

As sobremesas são um show a parte. “A variedade e o sabor das peças sempre me faz voltar. Vocês precisam provar o cone de morango com nutella; é uma loucura”, diz Gabriel Medeiros, frequentador assíduo do restaurante Itanhangá.

O outro restaurante especializado que se destacou em nossa viagem pela culinária japonesa foi o Sunsaki. Com uma vista privilegiada para a Praia de São Francisco, em Niterói, o local tem conquistado inúmeros cariocas, que fazem questão de atravessar a ponte para se deliciar com o rodízio da casa. Se você estiver indo pela primeira vez, viva a experiência de tirar os sapatos e sentar às mesas japonesas, baixinhas, com confortáveis almofadas que ficam no fundo do restaurante.

Temakkis deliciosos podem ser degustados na beira do mar.

No cardápio, destaque para os shitakes (envoltos por uma flor de papel alumínio, os cogumelos são cozidos à mesa); adicione um fio de shoyo enquanto o fogo ainda estiver aceso e delicie-se: o sabor é único! As lâminas defumadas – destaque para o haddock – são deliciosas e não podem deixar de ser degustadas, assim como a sunomono (aquela deliciosa saladinha de pepino japonês com kani), temperada suavemente pelos chefs e acrescida com pedacinhos de polvo. A criatividade e a imensa variedade, principalmente de makimonos, são as marcas do restaurante. O valor do rodízio está acima da média, mas vale cada Real investido.

Os restaurantes japoneses no estilo SUSHI BAR e SELF SERVICE farão parte das próximas reportagens sobre culinária japonesa…fiquem ligados. Na próxima matéria falaremos um pouco dos lugares onde o carioca pode comer com qualidade e aproveitar para fugir do calor intenso do verão.

Por: Carol Pitzer (Cineasta / Correspondente: Arte)

CISNE NEGRO faz jus a todas indicações em festivais internacionais que recebeu até agora. Darren Aronofsky (diretor de “Requiem para um sonho”, π e O Lutador) surpreende mais uma vez nessa trama de suspense psicológico onde Natalie Portman interpreta uma bailarina disposta a romper todos os seus limites físicos e psicológicos para ser a estrela maior de uma companhia de balé de Nova York.
O filme conta a história de Nina, uma jovem bailarina que sonha com a oportunidade de brilhar nos palcos de Nova York. Nina é uma moça doce e ingênua que se dedica exclusivamente ao balé. Porém, quando o diretor da companhia onde dança lhe dá a oportunidade de ser a estrela do “Lago dos Cisnes”, Nina será obrigada a confrontar-se com um lado de sua personalidade ainda desconhecido para viver o tão sonhado papel. Nesse suspense psicológico de tirar o fôlego, a excelente direção de Aronofsky é capaz de conduzir o espectador a lugares desconhecidos da mente humana, mostrando até onde pode chegar alguém que almeja a perfeição. Os diálogos fortes e personagens extremamente verossímeis, mergulham a platéia em um ambiente de disputa e inveja: os bastidores do balé profissional.

As escolhas de enquadramento, assim como a trilha sonora tem enorme responsabilidade nas sensações vivenciadas pelo público. A câmera, que desde a primeira cena dança junto com os personagens, passeando por seus corpos, transporta o espectador para dentro do filme. A música varia de acordo com o estado mental da personagem principal, transportando aqueles que assistem o filme para o interior da cabeça da mesma. O resultado é uma tensão crescente e uma sensação de confusão real: a plateia acompanha internamente o gradativo desequilíbrio psicológico de Nina.

O desempenho de Portman é um capítulo à parte.

A atriz, que já foi indicada ao Oscar por sua excelente atuação em Closer – Perto Demais, desvenda os limites psicológicos de sua personagem na tela grande e mergulha o espectador em um mundo de sensações confusas, típicas de quem sofre uma crise de identidade.

As transformações sofridas por Nina em direção ao seu lado mais obscuro são vividas intensamente pela atriz, dando credibilidade a cada dúvida que povoa a cabeça da personagem e colaborando para um ambiente de tensão crescente.

A escolha do elenco coadjuvante não foi menos criteriosa. Vincent Cassel está excelente no papel do diretor da companhia de balé que impulsiona Nina a explorar limites desconhecidos de sua personalidade. O ator explora na medida certa toda a crueldade de um diretor que realmente não se importa com nada além da perfeição artística produzida por ele mesmo. A câmera e o público são progressivamente seduzidos por ele. Mila Kunis está fabulosa e sensual como a maior rival de Nina que espelha tudo aquilo que a protagonista precisa tornar-se para incorporar o Cisne Negro. Aplausos ainda ao coreógrafo Benjamin Millepied, que criou belíssimas coreografias para o filme, além de treinar as atrizes, dando credibilidade a sua dança.